segunda-feira, 31 de maio de 2010

“As pessoas vão à igreja pelos mesmos motivos que vão à taverna: para estupefazerem-se, para esquecerem-se de sua miséria, para imaginarem-se, de algum modo, livres e felizes.”

Bakunin

sexta-feira, 28 de maio de 2010

www.youtube.com/watch?v=SkY9BtSxyWQ


Miguel Piñero


Seekin' The Cause

he was Dead
he never Lived
died
died
he died seekin' a Cause
seekin' the Cause
because
he said
he never saw the cause
but he heard
the cause
heard the cryin' of hungry ghetto children
heard the warnin' from Malcolm
heard the tractors pave new routes to new prisons
died seekin' the Cause
seekin' a Cause
he was dead on arrival
he never really Lived
uptown . . . downtown . . . crosstown
body was round all over town
seekin' the Cause
thinkin' the Cause was 75 dollars & gator shoes
thinkin' the Cause was sellin' the white lady to black
children
thinkin' the cause is to be found in gypsy rose or j. b.
or dealin' wacky weed
and singin' du-wops in the park after some chi-chiba
he died seekin' the Cause
died seekin' a Cause
and the Cause was dyin' seekin' him
and the Cause was dyin' seekin' him
and the Cause was dyin' seekin' him
he wanted a color t. v.
wanted a silk on silk suit
he wanted the Cause to come up like the mets & take the
world series
he wanted . . . he wanted . . . he wanted . . . he wanted
to want more wants
but
he never gave
he never gave

[p. 24]


he never gave his love to children
he never gave his heart to old people
&
never did he ever give his soul to his people
he never gave his soul to his people
because he was busy seekin' a cause
busy
busy perfectin' his voice to harmonize the national anthem
with spiro t agnew
busy perfectin' his jive talk so that his flunkiness
wouldn't show
busy perfectin' his viva-la-policia speech
downtown . . . uptown . . . midtown . . . crosstown
his body was found all over town
seekin' a Cause
seekin' the Cause
found
in the potter fields of an o. d.
found
in the bowery with the d. d. t.'s
his legs were left in viet-nam
his arms were found in sing-sing
his scalp was on Nixon's belt
his blood painted the streets of the ghetto
his eyes were still lookin' for jesus to come down
on some cloud & make everything ok
when jesus died in attica
his brains plastered all around the frames of the pentagon
his voice still yellin' stars & stripes 4 ever
riddled with the police bullets his taxes bought
he died seekin' a Cause
seekin' the Cause
while the Cause was dyin' seekin' him
he died yesterday
he's dyin' today
he's dead tomorrow
died seekin' a Cause
died seekin' the Cause
& the Cause was in front of him
& the Cause was in his skin
& the Cause was in his speech
& the Cause was in his blood
but
he died seekin' the Cause
he died seekin' a Cause
he died
deaf
dumb
&
blind
he died
& never found his Cause
because
you see he never never
knew that he was the
Cause.

quinta-feira, 13 de maio de 2010






Um velho índio estava ensinando seus netos sobre a vida. Ele disse-lhes: "A batalha está sendo travada dentro de mim ... é uma luta terrível entre dois lobos. Um lobo representa o medo, raiva, inveja, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, auto-piedade, culpa, ressentimento, inferioridade , mentiras, orgulho falso, superioridade e ego. O outro representa a luta pela alegria, paz, amor, esperança, partilha, serenidade, humildade, bondade, benevolência, amizade, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé. "


O velho fixa as crianças com um olhar firme. "Essa mesma luta está acontecendo dentro de você, e dentro de cada pessoa, também."


Eles pensaram nisso por um minuto e, em seguida, uma criança perguntou ao seu avô: "Qual lobo vai vencer?"


O velho Cherokee respondeu: "O que você alimenta."



Alberto Caeiro

A Guerra


A guerra que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
É o tipo perfeito do erro da filosofia.
A guerra, como todo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar e alterar muito
E alterar depressa.

Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por conseqüência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.

Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza
os pôs.

Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rasto.
Para o coração e o comandante dos esquadrões
Regressa aos bocados o universo exterior.

A química direta da Natureza
Não deixa lugar vago para o pensamento.

A humanidade é uma revolta de escravos.
A humanidade é um governo usurpado pelo povo.
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.

Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!
Paz a todas as cousas pré-humanas, mesmo no homem!
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Alberto Caieiro
A Espantosa Realidade das Cousas
A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.

Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.

sábado, 8 de maio de 2010


"Nunca estive tão perto de minha verdadeira felicidade quanto na época daquele amor por Lili. Os obstáculos que nos separavam não eram no fundo insuperáveis, e, no entanto, eu a perdi. Ela foi a primeira por quem experimentei um amor profundo e verdadeiro. Posso dizer também que foi a última, porque todas as paixões que tive no decorrer de minha vida, comparadas a essa primeira, não passaram de atrações ligeiras e superficiais."
- Os Imortais da Literatura Universal. vol 1. Abril Cultural: São Paulo, 1971. pp. 63-64.

Johann Wolfgang von Goethe

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"If man makes himself a worm he must not complain when he is trodden on."

~ Immanuel Kant








"Obstinacy is the result of the will forcing itself into the place of the intellect."

~ Arthur Schopenhauer









"No man ever believes that the Bible means what it says; he is always convinced that it says what he means."

~ George Bernard Shaw












"The superior man thinks always of virtue; the common man thinks of comfort."

~ Confucius








"Wealth is like sea-water; the more we drink, the thirstier we become; and the same is true of fame."

~ Arthur Schopenhauer









quinta-feira, 6 de maio de 2010

Era uma daquelas existências anônimas, entomológicas, como existem em certo imóveis, onde se fica sabendo, no fim de quatro anos, que existe um velho senhor no quarto andar que conheceu Voltaire, Pilastre de Rosier, Beaujou, Marcel, Mole, Sophie Arnould, Franklin e Robespierre.”

- Balzac; A Prima Bete






"Deus é um comediante entretendo uma platéia com medo demais para rir."

- Voltaire






"O segredo de aborrecer é dizer tudo."

- Voltaire






"O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito."

- Voltaire














"Como é que um homem pode se tornar senhor de outro homem e por que espécie de incompreensível magia pôde esse homem se tornar senhor de muitos outros homens?"

- Voltaire

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"The sacred truth of science is that there are no sacred truths." ~ Carl Sagan

terça-feira, 4 de maio de 2010





Alberto Caeiro

Se Eu Morrer Novo


Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.

Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.

Não desejei senão estar ao sol ou à chuva —
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo (E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão —
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e à chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído.

domingo, 2 de maio de 2010

Alberto Caeiro

O Universo

O universo não é uma idéia minha.
A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso.